Where'd you go, Bernadette - Opinião

julho 11, 2016

Título:: Where'd you go, Bernadette
Autor: Maria Semple
Lido no Kobo
Sinopse:
"Bernadette Fox is notorious. To her Microsoft-guru husband, she's a fearlessly opinionated partner; to fellow private-school mothers in Seattle, she's a disgrace; to design mavens, she's a revolutionary architect, and to 15-year-old Bee, she is a best friend and, simply, Mom.

Then Bernadette disappears. It began when Bee aced her report card and claimed her promised reward: a family trip to Antarctica. But Bernadette's intensifying allergy to Seattle--and people in general--has made her so agoraphobic that a virtual assistant in India now runs her most basic errands. A trip to the end of the earth is problematic.

To find her mother, Bee compiles email messages, official documents, secret correspondence--creating a compulsively readable and touching novel about misplaced genius and a mother and daughter's role in an absurd world."

Opinião:

Nem sei há quanto tempo escrevo uma opinião aqui! *vai ver aos arquivos* Desde 11 de Fevereiro... Cinco meses! Bom, o que interessa é que voltei a ter vontade de escrever e aqui vai.

Comecei a ler este Where'd you go, Bernadette (em português Até ao Fim do Mundo, pela Editorial Teorema) porque estava a precisar de uma pausa da fantasia, nomeadamente do The Way of Kings. Falei um pouco dessa necessidade de me afastar do livro do Sanderson aqui, e não me vou alongar mais. E este livro veio como uma lufada de ar fresco, era mesmo aquilo que eu estava a precisar. 

A história deste livro é contada de forma epistolar, ou seja, é contada através de e-mails, cartas, mensagens, e observações às mesmas que Bee, filha de Bernadette, vai fazendo à medida que vai tentando fazer sentido do desaparecimento da mãe. Bernadette é uma personagem peculiar de que gostei bastante e a relação que tem com a filha é bastante especial. O pai, Elgin, parece um pouco mais ausente, mais distante, fruto do seu trabalho exigente na Microsoft, e, por isso, o foco do livro é a relação entre Bernadette e Bee. Vamos acompanhando a vida dos três em Seattle depois de Bernadette, um génio da arquitectura, ter sofrido um desgosto profissional em Los Angeles que condicionou o resto da sua vida. Bernadette é uma mulher inteligente e criativa, mas que se tornou algo anti-social e que sofre de algumas flutuações de humor. Bee é uma adolescente muito inteligente que, quando recebe as suas notas (brilhantes) do final do primeiro período escolar, decide cobrar uma promessa aos seus pais: de poder pedir o que quiser. E o que pede? Uma viagem à Antártica durante a altura do Natal. 

E é durante os preparativos para esta viagem que começamos a assistir aos eventos que vão despoletar o desaparecimento de Bernadette. Ao longo do livro é notório que Bernadette sofre de alguns problemas a nível mental. Nada é desenvolvido nem explorado, mas é claro que tem problemas ligados à ansiedade, agorafobia e até depressão. E penso que o cerne da questão é este: por mais que se conheça bem, por mais que possam viver todos por baixo do mesmo tecto, nunca se conhece, realmente e totalmente, alguém. Bernadette é incompreendida por ser diferente - a certa altura penso que é o marido que a chama de fraca e irresponsável. Mas o facto é que a sua visão do mundo e a atitude perante as coisas que lhe acontecem são tão legítimas como qualquer outra. São só diferentes e peculiares - para alguns, bizarras.

Gostei de ler este livro, do humor de muitas cenas e da personalidade de Bernadette. Gostei da forma como Bee defende a mãe e nunca desiste dela, contra todas as probabilidades. Até Audrey Griffin, uma personagem irritante, revela ser diferente do que se está à espera. Gostei da forma de contar a história que se torna fluida e com um ritmo rápido, algo que eu estava mesmo a precisar. O livro lê-se num ápice e agarra-nos desde o início. Gostei do desenrolar dos eventos, ainda que algumas coisas fossem previsíveis, mas às vezes também precisamos disso. Dá-nos um certo conforto saber que as coisas vão acabar de certa maneira.

Este livro era, no fundo, aquilo que eu estava a precisar. Não é um livro espectacular e maravilhoso. É um livro que entretém, que nos diverte e que nos abstrai da nossa realidade. E, afinal, é isso que um bom livro deve fazer.

4/6 - Bom

(Este livro conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge 2016)

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