Fahrenheit 451 - Opinião

dezembro 02, 2014

Título: Fahrenheit 451
Autor: Ray Bradbury
Editora: Simon & Schuster
Páginas: 249
Sinopse:
"Guy Montag was a fireman whose job it was to start fires ...
The system was simple. Everyone understood it. Books were for burning ... along with the houses in which they were hidden.
Guy Montag enjoyed his job. He had been a fireman for ten years, and he had never questioned the pleasure of the midnight runs nor the joy of watching pages consumed by flames ... never questioned anything until he met a seventeen-year-old girl who told him of a past when people were not afraid.
Then he met a professor who told him of a future in which people could think ... and Guy Montag suddenly realized what he had to do!"

Opinião:

Parece que, finalmente, passados praticamente dois meses, li um livro! E peguei num livro que já andava há imenso tempo para ler e que nem era muito grande. Peguei, então, neste Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, clássico da ficção-científica e da distopia. O título remete para a temperatura a que os livros ardem, na escala Fahrenheit. A edição que eu li foi uma edição comemorativa dos 60 anos da publicação deste livro, e que conta com uma introdução de Neil Gaiman, mais uma série de ensaios sobre o livro e o contexto histórico em que foi escrito.

A personagem principal, Guy Montag, é uma espécie de bombeiro. Só que neste livro o conceito de bombeiro é invertido, e a função dele é queimar livros. Há um quartel, um alarme e sirene que são accionados quando há uma denúncia de que alguém tem livros em casa. Os bombeiros saem do quartel e dirigem-se ao local, para queimar todos os livros. Porém, uma rapariga de 17 anos planta uma semente de dúvida em Montag que começa a pensar de forma diferente, a questionar aquilo que o rodeia e, principalmente, a questionar-se sobre o que terão os livros de tão especial e perigoso para terem que ser queimados.

Gostei bastante deste livro por nos levar, a nós próprios, a pensar sobre o perigo do conhecimento em sociedades autoritárias, ditatoriais. Os livros obrigam-nos a pensar, levam-nos para outros mundos, fazem-nos conhecer outras vidas, outros locais, outros conceitos, fazem-nos sentir e fazem-nos olhar para o mundo de outra maneira. Neste livro, a sociedade que nos é apresentada está presa àquilo que lhes é fornecido, maioritariamente, através de programas televisivos sem conteúdo. A ilusão de uma vida perfeita e feliz está instalada, todos têm uma casa, um carro veloz, é feita a apologia da diversão, ninguém tem que pensar muito sobre nada, e, por isso, quem ainda tem livros é considerado perigoso.

Para além da premissa da narrativa, gostei da escrita de Bradbury. Não é uma escrita fácil mas penso que tem os seus laivos de poesia e algumas descrições muito bonitas. Se não tivermos cuidado pode parecer confuso, mas a linguagem é muito rica e torna o livro mais interessante.

Fahrenheit 451 é um livro pertinente que levanta várias questões sobre a nossa própria sociedade. Sobre aquilo que aceitamos como verdade, sobre a ligação entre a sociedade e os media, sobre a capacidade de pensar e questionar aquilo que nos rodeia. Gostei bastante do livro, acho que o li no momento apropriado, e recomendo a quem adora livros e a quem goste de distopias.

5/6 - Muito Bom

(Esta leitura conta para os desafios TBR Pile Reading Challenge, Adult Dystopia Challenge e Monthly Motif Reading Challenge)

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