Atonement - Opinião

dezembro 06, 2013

Título: Atonement
Autor: Ian  McEwan
Lido no Kobo
Sinopse (do Goodreads):
"On a hot summer day in 1934, thirteen-year-old Briony Tallis witnesses a moment’s flirtation between her older sister, Cecilia, and Robbie Turner, the son of a servant and Cecilia’s childhood friend. But Briony’s incomplete grasp of adult motives — together with her precocious literary gifts — brings about a crime that will change all their lives. As it follows that crime’s repercussions through the chaos and carnage of World War II and into the close of the twentieth century, Atonement engages the reader on every conceivable level, with an ease and authority that marks it as a genuine masterpiece."

Opinião:

Nem sei como começar esta opinião. Tive sentimentos diversos e contraditórios quanto a este livro. Houve momentos em que lutei para continuar a virar as páginas mas, agora que o acabei, penso que ainda bem que tomei a decisão de o ler. Vamos lá ver se eu me consigo explicar e organizar.

O livro é dividido em três partes e um epílogo. A primeira parte passa-se em 1934, a segunda e terceira partes passam-se nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial, e o epílogo é já no final do século XX. O mote do livro começa em 1934: na descrição de um único dia, no verão desse ano, há um acontecimento que vai mudar radicalmente a vida de três personagens. Briony, uma miúda de treze anos, que adora escrever, que tem uma imaginação fortemente desenvolvida, pensa ter uma maturidade que não tem, pensa compreender coisas que não compreende e é essa sapiência imaginada que acaba por ser trágica. Penso que o foco deste livro é o crescimento de cada um, a perda da inocência, para além da expiação do pecado, da culpa por parte de uma das personagens. Não me vou alongar muito mais sobre a história, porque ainda corro o risco de spoilar alguém.

No início do livro, principalmente durante toda a primeira parte, lutei um pouco com a leitura. A escrita de Ian McEwan é vívida e evocativa daquele espaço e daquele tempo. Ele consegue entrar na mente das personagens e saber os seus pensamentos e as suas emoções. A escrita é belíssima, mas... Eu tenho um problema. O discurso indirecto, quando é demais, enjoa-me. Para além do mais, estas emoções e pensamentos não são descritas pelas próprias personagens, mas sim por um narrador omnisciente. Toda esta parte é muito descritiva, sem grande acção. É, aliás, a inacção que assume alguma importância também na narrativa. Para mim, houve algumas partes que se tornaram aborrecidas, porque senti que se criava alguma distância entre mim e as personagens.

Porém, a partir da segunda parte da história já consegui ler o livro com mais avidez. Continua a haver muito discurso indirecto mas, talvez porque a época e o cenário narrativo serem outros, a escrita já não se tornou tão aborrecida. Penso que se tornou mais objectiva, apesar de todas as descrições, mas sem tantos floreados. As personagens crescem e temos o cenário da Segunda Guerra Mundial com todos os seus horrores e mudanças que originaram na sociedade e em cada um. Talvez isso me tenha apelado mais.

Agora, acabada esta leitura, posso dizer que, apesar de ter sido uma leitura algo difícil, acabou por me conquistar e convencer. A história das personagens, o seu crescimento, a escrita de McEwan e a mudança de Briony, a personagem principal, foram o que me prenderam a este livro. O livro não é um "page-turner", mas é algo que nos vai envolvendo e convencendo ao longo da leitura e, no fim, acaba por se revelar marcante. Com toda a certeza, este foi um dos livros que mais me marcou este ano.

5/6 - Muito Bom

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2 comentários

  1. Fico contente que tenhas insistido :)
    É um dos meus livros preferidos de sempre!

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  2. Foi uma leitura tirada a ferros, no início :P Mas depois lá me conseguiu convencer e acabei por gostar. Para hoje está preparada uma tarde de cinema para ver o filme :)

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